Shan was one of roommates here in Ithaca. She is from China but she is a graduate student at Ohio State. She studies biology and she's doing research on tomatoes. But she's also an Architecture student and she can draw really well. She said she'd make a sketch of me. While I was in Jamaica, she went back to Ohio and when I got back she had left this beautiful sketch of me. So sweet! And she's really an artist! I love her sketch because she managed to make me beautiful. Thanks a lot, Shan! I miss you!
A Shan foi uma das meninas que se hospedaram aqui nesse apartamento que estou em Ithaca. Ela é da China, mas mora em Ohio, onde está fazendo doutorado em Ohio State. Ela estuda biologia e está fazendo pesquisa sobre tomates. Mas ela também já estudou arquitetura e sabe desenhar muito bem. Ela disse que ia fazer uma sketch minha. Enquanto eu estava na Jamaica, ela voltou para Ohio e quando eu cheguei ela tinha deixado esse lindo desenho. Que fofo! E ela é uma artista e tanto! Amei o desenho dela porque ela consegui me deixar linda! Obrigada, Shan! Saudades de você!
Here's the original picture. / Aqui está a foto original.
Shan is the one on the right./ Shan é a que está à direita.
Minhas estórias
Oi, gente,
Esse blog foi criado para que meus amigos pudessem acompanhar minha aventura em Cornell. Digo aventura porque passar 4 meses e 8 dias fora de casa, sem o marido e sem o filho, sem os familiares e amigos, em uma cidade em outro país a cerca de 10.000 km de distância é mais do que o Indiana Jones poderia sonhar!
Só que quando voltei de Cornell, resolvi continuar registrando minhas estórias e reflexões. Tenho muitas coisas pra contar!
Comecei a perceber isso quando em minhas aulas, não importa qual o assunto, sempre tinha alguma experiência pra contar. Até num incêndio eu já estive! E às vezes me dá um comichão e tenho que sentar pra escrever e compartilhar minhas estórias. Adoro escrever. Já pensei em escrever um livro e publicar, mas vamos economizar papel e ficar por aqui mesmo.
Neste blog irei postar textos, fotos, vídeos, etc.
Escrevo em inglês e em português, pois compartilho esse blog também com pessoas que não falam português.
Um beijão!
Débora
Esse blog foi criado para que meus amigos pudessem acompanhar minha aventura em Cornell. Digo aventura porque passar 4 meses e 8 dias fora de casa, sem o marido e sem o filho, sem os familiares e amigos, em uma cidade em outro país a cerca de 10.000 km de distância é mais do que o Indiana Jones poderia sonhar!
Só que quando voltei de Cornell, resolvi continuar registrando minhas estórias e reflexões. Tenho muitas coisas pra contar!
Comecei a perceber isso quando em minhas aulas, não importa qual o assunto, sempre tinha alguma experiência pra contar. Até num incêndio eu já estive! E às vezes me dá um comichão e tenho que sentar pra escrever e compartilhar minhas estórias. Adoro escrever. Já pensei em escrever um livro e publicar, mas vamos economizar papel e ficar por aqui mesmo.
Neste blog irei postar textos, fotos, vídeos, etc.
Escrevo em inglês e em português, pois compartilho esse blog também com pessoas que não falam português.
Um beijão!
Débora
terça-feira, 21 de junho de 2011
Jamaica 5 - The Nyabinghi ceremony - A cerimônia Nyabinghi
Uma das formas de expressão religiosa dos rastas é a cerimônia Nyabinghi, que quer dizer 'morte aos opressores". É um ritual com música tocada com tambores acompanhada de letras que louvam principalmente a Ras Tafari, o imperador etíope, que para eles é o Messias negro, a segunda vinda de Cristo. Durante esse evento, houve Nyabinhghi todas as noites e eu não pude deixar de ir. Essas cerimônias podem ser em qualquer lugar, mas nesse caso estavam sendo no lugar chamado Pinnacle, onde se formou a primeira comunidade Rastafari nos anos 1930. Hoje só há ruínas, pois a polícia destruiu o local em 1954. Os Rastas estão em processo de pleteio de que o lugar seja tombado pelo patrimônio nacional. É no alto de um monte na cidade de St Catherine.
Chegar lá foi uma aventura. Fui com o canadense Gundher (V. Jamaica 3) e como estávamos sem carro, pegamos dois ônibus e um táxi para chegar lá. Foi uma aventura!!! Passamos a noite inteira lá observando a peculiaridade do ritual e trocando ideias. Não é permitido bater fotos, mas na saída, batemos algumas. As mulheres têm que cobrir a cabeça, de preferência com um turbante específico, mas como não acertei fazer no meu cabelo, coloquei um lenço comum. Tive que comprar um vestido longo também, pois considera-se que as mulheres devem se vestir com decência e não devem mostrar os joelhos nem usar calças compridas. Tudo pela pesquisa!
No meio da madrugada, o Prof. Michael Barnett apareceu na cerimônia com o Terrence e voltamos com eles. Foi muito interessante.
Com dito anteriormente, não foi possível registrar a cerimônia, mas segue um link que está no youtube, que foi bem semelhante ao que vi, menos a pregação. Lá só tocaram cânticos.
http://www.youtube.com/watch?v=Mgln_ngAa6U&feature=related
Chegar lá foi uma aventura. Fui com o canadense Gundher (V. Jamaica 3) e como estávamos sem carro, pegamos dois ônibus e um táxi para chegar lá. Foi uma aventura!!! Passamos a noite inteira lá observando a peculiaridade do ritual e trocando ideias. Não é permitido bater fotos, mas na saída, batemos algumas. As mulheres têm que cobrir a cabeça, de preferência com um turbante específico, mas como não acertei fazer no meu cabelo, coloquei um lenço comum. Tive que comprar um vestido longo também, pois considera-se que as mulheres devem se vestir com decência e não devem mostrar os joelhos nem usar calças compridas. Tudo pela pesquisa!
No meio da madrugada, o Prof. Michael Barnett apareceu na cerimônia com o Terrence e voltamos com eles. Foi muito interessante.
Com dito anteriormente, não foi possível registrar a cerimônia, mas segue um link que está no youtube, que foi bem semelhante ao que vi, menos a pregação. Lá só tocaram cânticos.
http://www.youtube.com/watch?v=Mgln_ngAa6U&feature=related
Jamaica 4 - Dreadlocks
A característica mais marcante dos rastas é definitivamente o cabelo. Na pequena pesquisa que fiz na UFC, entrevistei 155 pessoas para saber o que elas sabiam sobre Rastafari. 59 responderam que era um estilo de cabelo.
Para os rastas, os cabelos estilo dreadlock (que significa tranças horrendas) significam uma atitude de rebeldia ao padrão estipulado pelo sistema ocidental que diz que os cabelos devem estar bem arrumados e cortados. Os dreads se formam naturalmente em cabelos africanos quando se para de pentear. Há controvérsia no que diz respeito à origem dos locks. Enquanto uns dizem que o cabelo estilo Medusa veio da Ìndia, outros dizem que a identificação foi feita aos soldados da parte oriental da África, os Mau-Mau do Kenya.
Eu acho os dreads fascinantes e se eu tivesse cabelo africano, eu definitivamente adotaria o estilo. Durante os eventos dos quais participei, tirei muitos fotos dos cabelos que vi, principalmente quando as palestras eram em patois, pois eu não entendi nada mesmo, então passava meu tempo fotografando os cabelos.
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The most outstanding characteristic of Rastas is definitely their dreadlocked hair. In the small survey I took at UFC, I interviewed 155 people in order to find out what they knew about rastafarainism. 59 answered that it was a hair style.
For Rastas, dreadlocked hair signifies an attittude of rebellion to the pattern imposed by the western system which says that hair must not be unkempt. Dreads form naturally in African hair if you stop combing it. There is controversy about the origin of locks. While some say that the Medusa-like hair came from East Indians, others say that the identification was made to the soldiers in East Africa, the Mau-Mau soldiers from Kenya.
I personally think dreads are fascinating and if I had African hair, they would definitely be locked. During the eventos I took place in, I took a lot of photos of the hair I saw, especially when the talks were in patois - I couldn't understand them anyway, so I spent my time taking pictures.
Para os rastas, os cabelos estilo dreadlock (que significa tranças horrendas) significam uma atitude de rebeldia ao padrão estipulado pelo sistema ocidental que diz que os cabelos devem estar bem arrumados e cortados. Os dreads se formam naturalmente em cabelos africanos quando se para de pentear. Há controvérsia no que diz respeito à origem dos locks. Enquanto uns dizem que o cabelo estilo Medusa veio da Ìndia, outros dizem que a identificação foi feita aos soldados da parte oriental da África, os Mau-Mau do Kenya.
Eu acho os dreads fascinantes e se eu tivesse cabelo africano, eu definitivamente adotaria o estilo. Durante os eventos dos quais participei, tirei muitos fotos dos cabelos que vi, principalmente quando as palestras eram em patois, pois eu não entendi nada mesmo, então passava meu tempo fotografando os cabelos.
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The most outstanding characteristic of Rastas is definitely their dreadlocked hair. In the small survey I took at UFC, I interviewed 155 people in order to find out what they knew about rastafarainism. 59 answered that it was a hair style.
For Rastas, dreadlocked hair signifies an attittude of rebellion to the pattern imposed by the western system which says that hair must not be unkempt. Dreads form naturally in African hair if you stop combing it. There is controversy about the origin of locks. While some say that the Medusa-like hair came from East Indians, others say that the identification was made to the soldiers in East Africa, the Mau-Mau soldiers from Kenya.
I personally think dreads are fascinating and if I had African hair, they would definitely be locked. During the eventos I took place in, I took a lot of photos of the hair I saw, especially when the talks were in patois - I couldn't understand them anyway, so I spent my time taking pictures.
Jamaica 3 - Bob Marley Museum - O Museu do Bob Marley
Bob Marley é o rasta mais famoso. Foi ele também que elevou o movimento rastafari à fama internacional, pois na Jamaica eles já eram bastante conhecidos. A casa onde Bob Marley morou até sua morte hoje a família transformou em um museu contendo seus inúmeros prêmios, fotos, recortes de jornais, um de seus carros, etc. É um lugar muito interessante. Não pude bater fotos dentro do museu, mas bati várias do lado de fora da casa.
Bob Marley is the most famous Rastaman. It was him who also elevated Rastafari to international prominence - they were already very famous in Jamaica. The house where Bob Marley lived until the day he died his family has turned into a museum containing his inumerous awards, photos, newspaper clippings, one of his cars, etc. It is a very interesting place. I could not take photos inside the museum, but I did take some outside the house.
His favorite place was under a mango tree.
O lugar favorito dele era em baixo de uma mangueira.
Bob Marley is the most famous Rastaman. It was him who also elevated Rastafari to international prominence - they were already very famous in Jamaica. The house where Bob Marley lived until the day he died his family has turned into a museum containing his inumerous awards, photos, newspaper clippings, one of his cars, etc. It is a very interesting place. I could not take photos inside the museum, but I did take some outside the house.
His favorite place was under a mango tree.
O lugar favorito dele era em baixo de uma mangueira.
Jamaica 2 - People I met - Pessoas que conheci
I met a lot of interesting people in Jamaica.
Conheci muitas pessoas na Jamaica.
Prof. Michael Barnett, who ciceroned me. He's a professor at UWI and a rastaman.
Prof. Michael Barnett, que me ciceroneou. Ele é professor da UWI e é rasta.
Terrence, he works at the UWI and he helped me a lot getting settled. He lent me his cell phone, he drove me to the store to buy the fan, in short, he did a lot for me. He's a rasta, so I got to interview him for my research.
Terrence, ele trabalha na UWI e me ajudou muito a me acomodar. Ele me emprestou o celular dele, me levou para comprar o ventilador, em suma, ele me ajudou demais! Ele é rasta, então eu o entrevistei para minha pesquisa.
Lance, a very interesting person who I learned a lot from. He's got a lot of interesting stories to tell. He's a photographer and also a rastaman, although he doesn't wear locks. He was participating in the events.
Lance, uma pessoa muito interessante com quem aprendi muito. Ele tem muitas estórias interessantes para contar. É fotógrafo e rasta, apesar de não usar dreads. Ele estava participando dos eventos.
Rickey was the one who drove us to one of the events. He's not a rasta, but he was participating in the event because he embraces some things of the rasta way of life. We got to talk a lot about Rastafarianism.
Rickey foi quem nos levou a um dos eventos. Ele não é rasta, mas estava participando dos eventos pois ele abraça algumas das coisas da filosofia de vida dos rastas. Conversamos muito sobre o assunto.
The girls at the school. who surrounded me to know who I was.
As garotas na escola que me cercaram no carro para saber quem eu era.
Gundher, a Canadian who is in Jamaica doing research on Rastafari. We went together to the Nyabinghi ceremony. We talked a lot about our research.
Gundher, um canadense que está na Jamaica fazendo pesquisa sobre Rastafari. Fomos juntos à cerimônia do Nyabinghi.
People in Jamaica are nice!
As pessoas na Jamaica são simpáticas!
Conheci muitas pessoas na Jamaica.
Prof. Michael Barnett, who ciceroned me. He's a professor at UWI and a rastaman.
Prof. Michael Barnett, que me ciceroneou. Ele é professor da UWI e é rasta.
Terrence, he works at the UWI and he helped me a lot getting settled. He lent me his cell phone, he drove me to the store to buy the fan, in short, he did a lot for me. He's a rasta, so I got to interview him for my research.
Terrence, ele trabalha na UWI e me ajudou muito a me acomodar. Ele me emprestou o celular dele, me levou para comprar o ventilador, em suma, ele me ajudou demais! Ele é rasta, então eu o entrevistei para minha pesquisa.
Lance, a very interesting person who I learned a lot from. He's got a lot of interesting stories to tell. He's a photographer and also a rastaman, although he doesn't wear locks. He was participating in the events.
Lance, uma pessoa muito interessante com quem aprendi muito. Ele tem muitas estórias interessantes para contar. É fotógrafo e rasta, apesar de não usar dreads. Ele estava participando dos eventos.
Rickey was the one who drove us to one of the events. He's not a rasta, but he was participating in the event because he embraces some things of the rasta way of life. We got to talk a lot about Rastafarianism.
Rickey foi quem nos levou a um dos eventos. Ele não é rasta, mas estava participando dos eventos pois ele abraça algumas das coisas da filosofia de vida dos rastas. Conversamos muito sobre o assunto.
The girls at the school. who surrounded me to know who I was.
As garotas na escola que me cercaram no carro para saber quem eu era.
Gundher, a Canadian who is in Jamaica doing research on Rastafari. We went together to the Nyabinghi ceremony. We talked a lot about our research.
Gundher, um canadense que está na Jamaica fazendo pesquisa sobre Rastafari. Fomos juntos à cerimônia do Nyabinghi.
People in Jamaica are nice!
As pessoas na Jamaica são simpáticas!
Jamaica 1 - First impressions - Primeiras impressões
Como minha pesquisa é sobre o movimento rastafári, que teve início na Jamaica, resolvi ir até aquele país para sentir um pouco o objeto que tenho estudado tanto desde 2009. O ideal teria sido fazer a pesquisa lá, mas na ocasião do pleteio da bolsa não tinha conseguido fazer nenhum contato com alguém que pudesse ser meu orientador. Como o Centro de Estudos e Pesquisas Africanas aqui em Cornell é um centro de referência no assunto, meu orientador no Brasil, o Prof, Henrique Cunha Jr. já tinha sido professor visitante aqui e consegui o contato com a Profa. Byfield, achei que também seria muito proveitoso e não estava errada. Minha pesquisa aqui tem avançado a passos largos.
Porém, surgiu a oportunidade de ir à Jamaica, pois estou mais perto e haveria um simpósio sobre o assunto na Universidade de West Indies, em Kingston, capital do país. Além do simpósio, haveria uns eventos anuais comemorativos do movimento rastafári, em homenagem à Leonardo Howell, considerado o primeiro rasta. A Profa. Byfield conseguiu fazer contato com o Prof. Michael Barnett, que se prontificou a me ciceronear na Jamaica. A viagem foi extremamente proveitosa, pois pude ver na prática aquilo sobre o qual tenho lido.
Minha primeira impressão do país foi um pouco diferente daquilo que havia no meu imaginário. As belas praias que são tão conhecidas nos anúncios de cruzeiros no Caribe ficam fora da cidade de Kingston e achei as condições físicas mais precárias do que no Brasil. Enquanto a renda per capita do Brasil é US$10,000, a da Jamaica é US$5,000. Mas a geografia da ilha é linda, com vegetação tropical e muitas montanhas. Dizem que Cristóvão Colombo, o primeiro europeu a aportar lá na era dos "descobrimentos", ao lhe perguntarem como era o local, amassou uma folha de papel para descrever o relevo irregular da região. O clima quente e gostoso achei semelhante à Fortaleza.
Fiquei hospedada no alojamento de estudantes da Universidade de West Indies para facilitar minha locomoção, pois boa parte dos eventos seria lá. O quarto não era essas belezas e tive que comprar um ventilador, mas as vantagens eram maiores que as desvantagens. Dentro do campus tem restaurantes e banco, ou seja, o que eu precisava.
A população negra da Jamaica é de 91.6%. Eu nunca tinha estado num lugar com tantos negros.
Num evento que eu participei numa escola, todas as crianças olhavam muito para mim e um grupo veio me abordar querendo saber quem eu era, de onde, meu nome, etc. Eles me cercaram ao redor do carro quando fui pegar uma coisa. Me senti como uma peça rara. Uma olhou para mim e disse: "Seu cabelo é lindo!" Certamente porque é diferente, porque particularmente naquele dia meu cabelo estava horrível, tanto que eu estava de chapéu com o cabelo preso num rabo mal feito.
Outra impressão que tive logo na chegada foi em relação à língua. Como a ilha foi colonizada pelos ingleses, a língua oficial é inglês, mas o sotaque é bem distinto, às vezes incompreensível para mim, e as pessoas nas ruas falam o patois, TOTALMENTE INCOMPREENSÍVEL! No mesmo evento na escola, uma garota recitou um poema comparando o inglês padrão com o patois. Achei muito interessante. Ela começa falando o padrão, mas no fim ela diz que gosta mesmo é do patois. (Sorry, only for those who know English)
http://youtube/0bybQE43sYk
Mas adorei minha viagem à Jamaica. Pude sentir um pouquinho o sabor dos Rastas. Passei quase o tempo todo convivendo com eles, tentando conversar (quanto eu compreendia) e sentindo na prática o que até então era mais teórico (embora já conheci outros rastas, mas não da Jamaica). Valeu a pena.
Porém, surgiu a oportunidade de ir à Jamaica, pois estou mais perto e haveria um simpósio sobre o assunto na Universidade de West Indies, em Kingston, capital do país. Além do simpósio, haveria uns eventos anuais comemorativos do movimento rastafári, em homenagem à Leonardo Howell, considerado o primeiro rasta. A Profa. Byfield conseguiu fazer contato com o Prof. Michael Barnett, que se prontificou a me ciceronear na Jamaica. A viagem foi extremamente proveitosa, pois pude ver na prática aquilo sobre o qual tenho lido.
Minha primeira impressão do país foi um pouco diferente daquilo que havia no meu imaginário. As belas praias que são tão conhecidas nos anúncios de cruzeiros no Caribe ficam fora da cidade de Kingston e achei as condições físicas mais precárias do que no Brasil. Enquanto a renda per capita do Brasil é US$10,000, a da Jamaica é US$5,000. Mas a geografia da ilha é linda, com vegetação tropical e muitas montanhas. Dizem que Cristóvão Colombo, o primeiro europeu a aportar lá na era dos "descobrimentos", ao lhe perguntarem como era o local, amassou uma folha de papel para descrever o relevo irregular da região. O clima quente e gostoso achei semelhante à Fortaleza.
Fiquei hospedada no alojamento de estudantes da Universidade de West Indies para facilitar minha locomoção, pois boa parte dos eventos seria lá. O quarto não era essas belezas e tive que comprar um ventilador, mas as vantagens eram maiores que as desvantagens. Dentro do campus tem restaurantes e banco, ou seja, o que eu precisava.
A população negra da Jamaica é de 91.6%. Eu nunca tinha estado num lugar com tantos negros.
Num evento que eu participei numa escola, todas as crianças olhavam muito para mim e um grupo veio me abordar querendo saber quem eu era, de onde, meu nome, etc. Eles me cercaram ao redor do carro quando fui pegar uma coisa. Me senti como uma peça rara. Uma olhou para mim e disse: "Seu cabelo é lindo!" Certamente porque é diferente, porque particularmente naquele dia meu cabelo estava horrível, tanto que eu estava de chapéu com o cabelo preso num rabo mal feito.
Outra impressão que tive logo na chegada foi em relação à língua. Como a ilha foi colonizada pelos ingleses, a língua oficial é inglês, mas o sotaque é bem distinto, às vezes incompreensível para mim, e as pessoas nas ruas falam o patois, TOTALMENTE INCOMPREENSÍVEL! No mesmo evento na escola, uma garota recitou um poema comparando o inglês padrão com o patois. Achei muito interessante. Ela começa falando o padrão, mas no fim ela diz que gosta mesmo é do patois. (Sorry, only for those who know English)
http://youtube/0bybQE43sYk
Mas adorei minha viagem à Jamaica. Pude sentir um pouquinho o sabor dos Rastas. Passei quase o tempo todo convivendo com eles, tentando conversar (quanto eu compreendia) e sentindo na prática o que até então era mais teórico (embora já conheci outros rastas, mas não da Jamaica). Valeu a pena.
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